sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E ela estava lá.

1.
Pra começar, não tem começo, e provavelmente não vai ter final. Não há especulações nem versos em falsa prosa. Eu estou aqui, e ela está lá. Ela está longe de mim, sempre tão longe quanto não deveria. Eu estou vivendo a falta do amor dela, e ela está vivendo a vida que ela merece.
2.
Será que é ousadia minha pedir exclusividade quando nem estamos juntos? Você não me ama, não há dúvida. Eu poderia encontrar você, mas nunca viveríamos o melhor romance de todos sabendo que nem eu nem você estaríamos juntos no dia seguinte. Sabendo eu estarei aqui, e você estará lá, e o que o seu lá, será tão longe quanto a distância que sempre termos. Podemos nunca nos tocar nessa história de estar tão longe um do outro.
3.
Ela me deixa nostalgico, quase sempre. Meus versos são pra ela, minha prosa é só dela, e a poesia veio dela, mas ela ainda está lá, longe.
4.
E eu sempre sinto essa ganância de poder agarrar ela, de beijar sua boca, e seria como num filme. Não falaríamos nada, nos beijaríamos apenas. Não haveria dúvida de que nos desejávamos. Seria só nosso calor. Um beijo iria fazer valer à pena toda essa história de distância, todo esse papo de solidão, de nostalgia.
5.
Mas isso é tudo só um sonho mais que bobo, é claro que a minha alma poeta sempre tem que se pôr a divagar sobre essas coisas tão bobas como um romance que só pode acontecer em história da minha cabeça. Mas ao menos aconteceram em algum lugar não é verdade? A gente precisa querer antes não é? Bom, se for assim, o primeiro passo está dado, e agora só basta esperar, logo nos beijaremos.
6.
É inevitável a mim sonhar, e também me é inevitável negar o sonho, porque às vezes penso que não posso viver de sonhos, me arrasaria! Seria só aquele que sonha, e cujo sonho nunca acaba, por nunca se realizar e ser sempre apenas sonho. Nada mais.
7.
Eu me pergunto o que será de mim sem sonhos, e por uma noite não consigo dormir, e em seguida outras.
8.
Sonhei com você esses dias, mas você estava muito longe de mim. Talvez longe o suficiente pra não ser sonhada por sonhador qualquer. 
9.
Eu sonhei com você esses dias, talvez meu último sonho do meu último sono, agora eu quero você de qualquer jeito, daquele meu jeito bem egoísta de "me ame porra, afinal de contas eu te amo!". Eu tenho sentido saudade dessas coisas que nós nunca fizemos, e me perguntado sempre se faremos algum dia, nem que um dia distante, distante que nem você, mas um dia. Qualquer dia desses...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Longe

Ah, se assim fosse mas
ela está longe bem assim,
que será de mim?
que será de mim?

e se eu deixar o meu mundinho me levar?
e se eu deixar esse mundo pra lá?
e se eu de repente cansar de me queixar
e for a visitar?

Mas ela está longe,
ah, meu bem, você está longe
talvez eu desista de uma vida por você
e você nunca iria descobrir

Ela me avisou

Se ela me avisou,
ó deus, se sou mais que pensei
me disse que me sou, e eu?
então só me calei

me disse ela que eu sabia,
e eu não sabia de nada.

Se pra tanto estamos sozinhos,
me sabe e eu sei dela também.
Se estivesse junto dela
estaria assim, tão bom, de bem.

Ninguém que ficar por sí
se um é sempre pouco,
e nem dois tem sido o suficiente!
mas ninguém quer viver de solidão


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Poesia inspirada em Coca-Cola (I)

Meu coração não aguenta,
na minha casa ela mora,
fico imaginando ela bebendo
toda a minha coca-cola!

Poesia inspirada em Coca-Cola (II)

Ja não faço mais poesia,
nem frequento mais a escola
hoje em dia só bebo coca-cola

Poesia inspirada em Coca-Cola (III)

Bateram no meu carro,
e então foram embora,
fiquei muito irritado
e tomei um porre de coca-cola.

Poesia inspirada em Coca-Cola (IV)

Deixei mamãe e papai,
até fugi da escola,
hoje trabalho na fábrica da coca-cola.

Poesia inspirada em Coca-Cola (V)

Chamei minha namorada p'rum boteco
mas "Alcool, não rola"
fomos pra cama com dois copos de coca-cola

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ao que você deixou pra mim.

Que poesia de fato lhe demonstrará a morte
num corte, num forte alguém que ja não suportou.
E o fim de poesia cantada será queimada,
jogada, descartada e abandonada pelo poeta que lha escreveu.
E quem me dera fosse eu.

De poesia me fiz tanto que lhe pedia,
lhe tinha em mente e não parei disso nem um dia
mesmo que me fosse inovadora a vossa companhia,
era quase que melancólica, e ela se esquecia.

Sentido quase não mais me fazia,
e ela sempre me ouvia dizer que eu chorava,
mas não era nada, não era fada, nem bicho-papão
não era bicho da seda e nem monstro do armário,
não era soldado e muito menos partidário,
e eu não era calmo e me achava otário.

E eu se fosse você me faria companhia,
se eu fosse você, eu seria minha,
sempre ia me querer e  não ficar um minuto ao longe
e seríamos como amigos ou amantes.


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

E amor?

O que me parte assim de desparate?
que quebra como do todo uma parte,
que queima e em fogo tudo arde,
que me põe no escuro e rente à morte?

Me agrada e só me põe ao desagrado,
me mata e mata a mim e ao mim calado.
Me joga só p'ra depois me buscar,
Que fez questão de me fazer dizê-lo amar?

E que quando me mordeu me fez de amor,
me conveceu a dar flores ao diabo,
e hoje já não sinto nem calor

Apenas um violino desafinado.
Que me adormece com uma canção tão feia,
de amor que de desencantos tanto me encanteia.


1.
Cada vez a vida sabe preparar uma cilada maior, ela me detonou hoje, a vida nunca consegue ser mole pra mim. A vida é tensa, essa é a questão. As pessoas não gostam das outras pessoas.
2.
Porque eu sempre confio nas pessoas o quanto eu acho que as pessoas estão confiando em mim, e eu sempre acho que todo mundo é bom. Detesto essa ingenuidade de menino do campo. E eu tenho falado mais do que deveria.
3.
Agora apanho por isso, e o fundo do poço só pode ser cada vez mais fundo, como que um buraco negro, e eu sou sugado por ele. Inevitavelmente a culpa é minha, por confiar de mais, por achar que as pessoas são boas, de me convencer tão fácil de que todas as pessoas são um melhor amigo em potencial.
4.
E isso explica tudo, até mesmo o fato de eu me apaixonar assim, tão facilmente por olhos verdes que nunca pude entender, por bocas vermelhas, por braços finos e rosto firme. Por mãos mais secas e vozes mais animadas, por bustos pequenos e barrigas magras, por tamanhos menores e por rosto mais dócil.
5.
Quem sabe dessa vez eu aprenda de uma vez por todas que eu não devo confiar nas pessoas, e pensando bem acabei de expôr a todos exatamente o que eu sinto, é, provavelmente não aprendi nada. Pobre camponês ingênuo...