sábado, 12 de setembro de 2009

Viver deveria bastar

Ah, se tu soubesses como dói viver!
Se a treva ao longe (meu redor) te achasse
ias compreender qmeu desejo de morrer,
pegar-ia a faca e ia estirpar-se.

Ah, se tu soubesses como dói viver!
(Viver também é ter a dor do que não há vivido).
Sentir-se ia desfalecer
e ver-ia que, também, só viver, ja é perigo.

Mas só me vês e não me entendes!
Como me dói a dor de só viver!
Não julgo por aquilo que não sentes,
mas cala-te e observa ao meu morrer.

Me calo, mudo, caio num caixão
da já madeira alva que pedi.
Buraco fundo, caio mão em mão.
E sei que já não mais vivo, eu já morri.

Imploro assim que nem jamais me entenda,
que tudo que sei, já tanto me fez sofrer.
E eu fui feliz pra cova feliz que tu vivêsses
e não que, tal qual eu, soubesse como dói viver.

Casa fechada

Às vezes aqui em casa, quando eu acordo está tudo trancado (Feito uma metáfora). Eles me trancam aqui, não porque querem, mas porque se esquecem que tem alguém aqui. Nessas horas, é como se não tivesse. Quando eu acordo e as portas estão trancadas, é como se não tivesse ninguém em casa.

Um poema que ninguém vai entender o que eu estou pensando

...Acordo,
me visto.
Trabalho,
como,
me dispo.
Durmo...

O japonês

Pior o japonês aqui do meu lado fazendo elegias reclamosas ao celular, antes falasse portugês, só fala japonês... Peguei o 175 que ia pela orla e o ônibus lotado parecia uma jaula de malucos. Eu ja estava puto com tudo por causa do calor insuportável e do espreme-espreme que o transporte público pedia. Nem sabia porque diabos fui acordar num apê bagunçado perto da praia da barra, nunca fui de ir pra barra.
Uma menina que estava em pé desmaiou do meu lado. "Acode, Acode!", "Pára o ônibus", "dá água pra ela", tudo parecia mecânico. O motorista não parou e ficaram chamando ele de filho da puta. Eu mesmo achei que fosse fingição da menina, porque já tinha sentado ela e lhe dado de água pra beber a essa altura do campeonato.
Depois achei escrotice minha achar isso, porque ela bem que podia mesmo estar passando mal, já que no ônibus abafado fazia um calor do caralho.
E o japonês não calava a boca, indiferente ao desmaio que nem eu. Mas fiquei achando escrotice da minha parte e da parte dele, sei lá, vai ver ela estava mesmo passando mal.